sexta-feira, 27 de março de 2015

IGREJA ONDA DURA DE SANTA CATARINA: UM MOVIMENTO CHEIO DE CONTROVÉRSIAS



"Tão igreja que nem parece uma." Esse é o lema do grupo evangélico Onda Dura, com sede em Joinville (SC). Com sete horários de culto ao som de Coldplay, Chico Buarque e Jota Quest, o pastor Filipe Falcão, o Lipão, de 26 anos, encontrou uma forma de conquistar três mil jovens na casa dos 20 anos e mantê-los dentro da igreja. “Não queremos ser mais uma igreja, o segredo é ser uma igreja diferente. Não podemos ser esquisitos no mundo real.”

Em cultos na sede e nas outras 12 cidades, pastores da Onda desafiam o conceito de santidade, normalmente tratado no meio gospel como exclusão do mundo. "Jesus não ouvia música cristã, não ia às festas cristãs, tampouco só conversava com cristãos. Reavalie o que é santidade", disse Falcão durante uma pregação em Joinville.

Ao despojar-se da roupagem mais tradicional a igreja ganhou muitos fiéis gays e usuários de drogas. O segredo, segundo ele, está em ensinar as palavras de Deus, e não empurrá-las “goela abaixo”, ferindo os princípios da igreja primitiva. “Apenas pregamos o que está na Bíblia. Ela reprova essas atitudes, sim, mas ninguém aqui vai falar ‘você é pior do que eu’. Se alguém chegar para mim e falar ‘sou gay, fumo maconha e não quero mudar’, respondo: ‘Beleza, pode continuar’. Não é uma pegada de imposição”.   

“TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME”

Uma cena chamou a atenção nas ruas de Joinville em fevereiro. Milhares de jovens foram vistos carregando uma cruz de madeira, com meio metro de comprimento, por todos os lugares. Cruzes estavam presentes em ônibus, salas de aula, banheiros e até na praia. A missão de 21 dias, praticada no período da quaresma, era parte de uma ação simbólica da igreja, inspirada nos evangelhos dos apóstolos Marcos, Mateus e Lucas.
“Jesus disse ‘quem vier após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e me siga’. Ele estava querendo dizer que para ser um seguidor, a gente teria que morrer para nós mesmos, matar nosso orgulho, vaidade, pecado”, conta Falcão sobre a ação, garantindo que não se tratava de um período de penitência, mas de ensino. A ação contou com a participação de 2,5 mil pessoas.

A cena de ver uma amiga jovem carregando uma cruz em uma aula de dança assustou Kauane Linassi Leite, de 21 anos. No seu primeiro ano como bailarina da Escola do Teatro Bolshoi, em 2010, ela foi convidada para visitar a sede da Onda Dura. “Achei muito estranho ver aquilo. Fiz catequese e crisma quando era mais nova, mas acabei de afastando da religião com o tempo. Acreditava em Deus e mais nada”, diz. Após várias investidas da amiga, resolveu visitar a igreja.

Com Informações do site Ultimo Segundo

COMENTO:


Gente, vamos combinar, né? Já tá manjada essa modinha de "igreja que não parece igreja", "pastor que não é pastor", "culto que não é culto", e daí pra mais. Não que haja problemas em contextualizar para atrair jovens. O problema é quando nessa contextualização, se perde a essencia do que é o cristianismo.

O grande problema dessas "igrejas que não parecem igrejas", com "pastores que não são pastores", é que muitas vezes se acaba pregando uma "santidade" que não é santidade, e chamando de conversão algo que não é conversão. Não estou julgando a intenção do Felipe, fundador da igreja Onda Dura, mas sim as ações de dita comunidade à luz de um discernimento maduro.

Por exemplo: Que o movimento gospel está todo zuado, com gente escrevendo letra apócrifa e cobrando cachê de fazer inveja à idolos pop, a gente já sabe. Mas não se combate musica cristã ruim com Chico Buarque e Coldplay! Não que haja pecado em escutar musica secular, mas é que tem certas coisas que tem lugar e hora, e é preciso ser maduro pra entender isso. É uma baita meninice dessa galera adorar a Deus ao som de artistas seculares, quando temos no meio cristão artistas de alto calibre, fazendo arte cristã com muita graça, unção e qualidade. Dizer que Jesus não cantava musica evangélica é correto, pois o movimento evangelical ainda não tinha nascido. Mas os judeus louvavam a Deus ao som dos salmos, por exemplo, e Jesus - sendo judeu ele mesmo, e nascido nesse contexto, certamente entoou muitos salmos profeticos que prefiguraram o cristianismo e profetizavam acerca do seu advento. 

O que este mundo precisa não é de igrejas modinhas, nem de biblias cheias de palavrões, nem de um ministerio de louvor que cante repertorio em MPB. O que o mundo precisa é de uma igreja que brilhe por meio do evangelho, que se atreva a ser diferente, a andar na contramão. Em nossos diálogos sobre evangelho e cultura nós não podemos esquecer que o cristianismo possui um elemento contracultural, pois vai na contramão do que este mundo chama de certo, desmascarando ídolos interiores e destruindo sofismas e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Cristo. O evangelho sempre será loucura para os que se perdem, e quem tratar de tirar esse elemento subversivo do evangelho vai acabar transformando-o em algo que não é.

Talvez o Felipe seja um cara bom, apenas imaturo. Então, se essas linhas chegarem ao conhecimento dele, espero que reflita com humildade naquilo que ele esta fazendo, pois ele tem nas mãos uma galera muito bacana, corajosa, e que pode ser dirigida a Jesus. Não o ouvi pregando, então não posso dizer que ele é um herege. Talvez se trate de um cara legal tentando fazer a coisa certa. Acho até que esse ministerio Onda Dura pode impactar muita gente com o evangelho. Uns caras que andam com cruzes penduradas na mochila são loucos o suficiente para subverter uma cidade com o evangelho! Disposição eles tem, só precisam ser conduzidos de modo correto, e Deus chamou o Felipe para isso, para conduzir essa galera do modo correto.

Para a Onda Dura transcender, basta que seus líderes amadureçam e parem de tentar amolecê-la

Leonardo Gonçalves, para o Púlpito Cristão


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