sexta-feira, 3 de maio de 2024

O Fim do Justo e do Ímpio

Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, para a sua morte o faz. Provérbios 11:19

Num mundo que cada vez mais tem se tornado averso aos princípios de Deus, pode ser que alguns perguntem: Que vantagem há em andar de modo justo e digno diante de Deus?

Esse foi o dilema que flertou com o coração de Asafe, onde ao escrever o salmo 73 ele confessa que em dado momento chegou a ter inveja da "prosperidade dos ímpios", e quase os seus pés se resvalaram e por pouco não se desviaram os seus passos do temor do Senhor. (Salmos 73:2-3).

Foi então que ele parou para analisar o fim daqueles que resolvem andar segundo as suas próprias ideologias e se enveredar por caminhos tortuosos, chegando então à mesma conclusão do sábio Salomão, quando afirma: "Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, para a sua morte o faz". Provérbios 11:19

Pb. Levi Almeida

Igreja Metodista Unida libera ministros gays e casamentos LGBT

 


Bandeira LGBT. (Foto: Flickr/Ted Eytan)

Os delegados votaram durante a Conferência Geral – o primeiro encontro legislativo desse tipo em 5 anos realizado na denominação.

Os delegados Metodistas Unidos revogaram, sem debate, nesta quarta-feira (1), a proibição que a denominação mantinha sobre pastores e líderes do clero LGBTQ.

A Igreja eliminou uma regra que impedia a ordenação ou nomeação de “homossexuais praticantes declarados” como ministros.

Os delegados votaram 692-51 durante a sua Conferência Geral – o primeiro encontro legislativo desse tipo em cinco anos. Essa votação esmagadora contrasta fortemente com décadas de controvérsia sobre o assunto.

Nas Conferências Gerais anteriores da Igreja Metodista Unida, a proibição e as sanções relacionadas foram consistentemente reforçadas em meio a debates e protestos. No entanto, muitos dos conservadores que antes apoiavam a proibição deixaram a denominação nos últimos anos, e esta Conferência Geral avançou de forma sólida e progressista.

A decisão foi comemorada em partes do salão de convenções após a votação. Um grupo de observadores de grupos de defesa LGBTQ se abraçou, alguns chorando. “Graças a Deus”, disse um.

A mudança não impõe nem mesmo explicitamente a aceitação do clero LGBTQ, mas indica que a igreja não os proíbe mais.

É provável que essa mudança afete principalmente as igrejas nos EUA, pois os corpos Metodistas Unidos em outros países, como na África, têm o direito de estabelecer suas próprias regras para suas regiões.

A medida entra em vigor imediatamente após o término da Conferência Geral, programada para sexta-feira (03).

Casamento gay

Também foi aprovada uma medida que impede os superintendentes distritais – um administrador regional – de penalizar o clero por realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo ou por se abster de realizá-los. Além disso, proíbe os superintendentes de proibir ou exigir que uma igreja hospede esse tipo de cerimônia.

Essa medida desmonta ainda mais as estruturas que sustentavam as várias proibições LGBTQ incorporadas em diferentes partes da lei e política oficial da Igreja. Na terça-feira, os delegados começaram a tomar medidas para desfazer essas políticas.

É esperado que os delegados votem ainda nesta quinta-feira (2) sobre a possibilidade de substituir seus ‘Princípios Sociais’ oficiais existentes por um novo documento que não mais rotula a “prática da homossexualidade… incompatível com o ensino cristão” e que redefine o casamento como sendo entre “duas pessoas de fé”, em vez de entre um homem e uma mulher.

De saída

Ao mesmo tempo, a votação ocorre após a saída de um quarto das igrejas dos EUA dentro da denominação. Além disso, pode resultar no afastamento de algumas igrejas internacionais, especialmente na África, onde prevalecem valores sexuais mais conservadores e onde a união entre pessoas do mesmo sexo é criminalizada em alguns países.

Na semana passada, a conferência aprovou um plano de regionalização que, essencialmente, permitiria às igrejas dos EUA a mesma autonomia que outras regiões da igreja global.

Essa mudança – que ainda precisa ser ratificada localmente – pode criar um cenário em que o clero LGBTQ e o casamento entre pessoas do mesmo sexo sejam permitidos nos EUA, mas não em outras regiões.

Entre 2019 e 2023, mais de 7.600 congregações, principalmente conservadoras, nos EUA se separaram, refletindo a consternação com o fato de a denominação não aplicar suas proibições ao casamento gay e à ordenação LGBTQ.

A conferência da semana passada também aprovou a saída de um pequeno grupo de igrejas conservadoras da antiga União Soviética.

Até recentemente, a denominação era a terceira maior dos EUA, presente em quase todos os condados. No entanto, espera-se que o número de 5,4 milhões de membros dos EUA em 2022 diminua quando as saídas de 2023 forem contabilizadas.

A denominação também conta com 4,6 milhões de membros em outros países, principalmente na África, embora estimativas anteriores tenham sido mais altas.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA FOX NEWS

A Família Sob Ataque do Inimigo

 


1 Samuel 30: 1-20

Em 1 Samuel 30, encontramos um relato vívido da família de Davi sob ataque cruel e devastador, oferecendo-nos lições valiosas para nossas próprias batalhas contra as forças que ameaçam a estrutura familiar.

Para compreendermos a magnitude do ataque sofrido por Davi e sua família, é crucial entendermos o contexto histórico da narrativa. Davi, na época, era líder de um grupo de homens que se refugiavam do Rei Saul, vivendo em Ziclague, terra dos filisteus.

Enquanto Davi e seus homens estavam ausentes, combatendo em outra batalha, um grupo de amalequitas, inimigos implacáveis de Israel, invadiu Ziclague. Eles incendiaram a cidade, saquearam seus bens e, o mais terrível, raptaram as esposas e filhos de Davi e seus homens. Neste texto podemos tirar algumas lições para enfrentarmos o inimigo que ainda hoje continua atacando as famílias.

1-O ATAQUE DO INIMIGO

Ao retornar e encontrar Ziclague em ruínas e suas famílias desaparecidas, Davi e seus homens foram tomados por profundo desespero e ira. A dor da perda e a impotência diante da situação os levaram a um momento de grande fragilidade emocional.

Assim como os amalequitas atacaram Ziclague, as forças do mal estão sempre buscando oportunidades para destruir nossas famílias. Os ataques à família assumem diversas formas, muitas vezes sutis e camufladas, exigindo constante vigilância e cuidado. Entre as principais ameaças, podemos destacar: A propagação de ideologias contrárias aos valores familiares tradicionais, como a banalização do casamento, a redefinição de papéis e a relativização da moral, gera confusão e fragiliza a estrutura familiar. Conflitos, ressentimentos, falta de comunicação, vícios e negligência no cuidado mútuo também figuram entre os principais ataques que fragilizam a família e abrem brechas para a ação de forças negativas.

A família é um alvo principal: O inimigo reconhece a importância da família como base da sociedade e busca atacá-la para enfraquecer a estrutura social e espiritual.

2- A BUSCAR A DEUS EM ORAÇÃO

Em meio ao caos e à dor muitos choraram, não obstante as circunstâncias, Davi busca direção e força em Deus. Através da consulta ao Senhor por meio do Urim e Tummim, ele recebe a confirmação de que deve perseguir os inimigos e recuperar suas famílias.

Não podemos nos contentar diante dos ataques do inimigo, mas é preciso haver uma santa indignação, dar um basta e não aceitar mais viver nessa situação. Infelizmente existem muitas pessoas passivas que não reagem, simplesmente vão levando, adaptam-se a tudo, até com aquilo que é ruim.

A dor da perda é profunda: A perda de um membro da família, seja física ou emocionalmente, causa dor e sofrimento imensos. Deus é nosso refúgio e força, em momentos de crise, devemos buscar refúgio em Deus, que nos concede força, direção e esperança.

Davi se reanimou no Senhor (v.6) – reanimar-se significa que ele já tinha perdido o ânimo, mas tomou uma nova decisão, não ficou no canto, amargurado com a vida, mas decidiu recomeçar. Busque o fortalecimento no Senhor (Efésios 6:10).

3-LUTE PELA RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA

O que fazer para restaurar a família?  Devemos agir com fé nas promessas de Deus (v.9). Após obter a resposta se deveriam perseguir os inimigos e se alcançaria a vitória, ele agiu sob as Palavras do Senhor. Motivados pela fé e pelo amor por suas famílias, Davi e seus homens partem em busca dos amalequitas. A perseguição é árdua e desafiadora, mas a fé em Deus os impulsiona.

Após uma longa jornada, alcançam finalmente os inimigos, derrotam-nos em batalha e recuperam tudo o que havia sido roubado, inclusive suas famílias. A alegria da vitória é imensa, e a fé em Deus é fortalecida. Se o inimigo tomou o ambiente de paz e harmonia que havia na sua casa, e hoje parece que há um teto de chumbo, um peso sobre sua vida, ele terá que devolver o que havia antes porque você tem a promessa de Deus. Persiga seu inimigo, saia à peleja e traga tudo de volta, pois o Senhor dos exércitos lhe concederá a vitória.

A história de 1 Samuel 30 serve como um lembrete poderoso de que, mesmo em meio às batalhas mais difíceis, a fé em Deus e a união familiar podem nos levar à vitória. Devemos estar sempre vigilantes contra as forças que ameaçam nossas famílias, buscar refúgio em Deus e lutar com amor e fé pela preservação e restauração do lar.

Lembre-se, a família é um dom precioso de Deus, e devemos defendê-la com todas as nossas forças.

Pr. Eli Vieira

Antissemitismo: Câmara dos EUA aprova lei que define discriminação contra judeus

 


Câmara dos Representantes. (Foto: Britannica)

Projeto foi apresentado em meio à onda de protestos anti-Israel em universidades americanas.

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou nesta quarta-feira (1) um projeto de lei que amplia a definição de antissemitismo, que é a discriminação contra judeus.

A votação ocorreu após protestos pró-palestinos em universidades em todo o país, devido ao conflito entre Israel e o Hamas.

Os defensores da legislação afirmam que a lei auxiliará no combate ao antissemitismo nas universidades.

O projeto recebeu 320 votos a favor e 91 contrários. Entre eles, 70 democratas e 21 republicanos votaram contra a lei.

A lei estipula que o Departamento de Educação deve usar leis federais antidiscriminação como referência para possíveis punições. Atualmente, o Departamento baseia-se na definição de antissemitismo apresentada pela Aliança Internacional pela Lembrança do Holocausto.

Antijudaicos

O pastor Michael Brown, apresentador do programa de rádio The Line of Fire, diz que os protestos em universidades nos EUA que acontecem desde o dia 18 de abri, “não são simplesmente protestos pró-Palestina e anti-Israel. São protestos pró-Hamas e antijudaicos.”

“Esses estudantes [significando, na Universidade de Columbia], em sua maioria, não necessariamente veem isso como um recomeço do BLM, mas é isso que é, e é isso que forças políticas muito mais poderosas do que os estudantes estão determinadas a transformar”, afirmou.

E continuou: “Essas forças enxergam uma oportunidade que realmente tem muito pouco a ver com Israel ou Gaza. E se tiverem sucesso, haverá muita violência e perturbação este ano que se estende muito além da Columbia e de Morningside Heights.”

Protestos nas universidades

Mais de 1.000 pessoas foram presas em protestos em universidades nos EUA, em 25 campi em pelo menos 21 estados, desde o dia 18 de abril.

Em Nova York, na Universidade de Columbia, estudantes montaram acampamento e posteriormente invadiram o Hamilton Hall. Eles barricaram e trancaram as portas de entrada. A intervenção da polícia resultou na prisão de dezenas de pessoas, obrigando os alunos a deixarem o local.

A ação ocorreu após o Departamento de Polícia de Nova York receber uma carta da Universidade de Columbia autorizando sua entrada no campus, conforme informado por uma fonte policial à CNN.

No geral, estudantes pedem que as universidades cortem relações com empresas ligadas à Israel. As especificidades das exigências de desinvestimento dos manifestantes estudantis variam em âmbito de escola para escola.

A coligação em Columbia quer que a universidade retire US$ 13,6 bilhões de investimento de qualquer empresa ligada a Israel ou de empresas que estejam lucrando com a guerra Israel-Hamas. Os líderes dos protestos mencionaram a venda de ações de grandes empresas em discursos.

Com a intensificação da violência e também o risco de expulsão, parte dos alunos também pede a assistia após o fim dos protestos.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CNN BRASIL

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Socorro Nas Tentações

 


 Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. Hebreus 2:18

Um dos aspectos fundamentais pelo qual O Verbo se fez gente, ou seja, Deus, por meio do seu Filho se fez homem, conforme afirma o evangelho de João 1:1-14, está no fato de que assim como nós, os filhos de Deus, somos seres humanos, feitos de carne e sangue, o Filho também se tornou carne e sangue, pois somente assim ele poderia morrer e, somente ao morrer, destruiria o diabo, que tinha o poder da morte.

Ademais, era necessário que ele se tornasse semelhante a nós, seus irmãos, em todos os aspectos, de modo que pudesse ser nosso misericordioso e fiel Sumo Sacerdote diante de Deus, e realizar o sacrifício que remove os nossos pecados.

Deste modo, uma vez que Ele próprio passou por sofrimentos e tentações, é capaz de ajudar e socorrer aqueles que também são tentados.

Pb. Levi Almeida

Quem ama Demonstra.

 


Quebra Gelo: Qual foi o presente mais caro que alguém já te deu?

Textos: João 14.21

Resumo: Neste estudo, veremos como é importante amar a Deus e quais atitudes devemos praticar para demonstrar e provar nosso amor pelo Senhor, segundo o que a Bíblia nos orienta.

Introdução

Muitas vezes, pensamos que amamos ao Senhor porque dizemos a Ele que o amamos, porém, nos esquecemos de que o amor deve ser expresso por meio de atitudes. Foi desta maneira que Deus disse que nos amou, por meio de atitudes. A Bíblia nos diz que Ele nos amou tanto que deu o seu único Filho para morrer por nós, nos dando a vida eterna (João 3.16). Se Deus nos amou e provou seu amor por nós com suas atitudes, então nós também devemos demonstrar nosso amor a Ele da mesma forma. Diante do texto que lemos no início, veremos o que Jesus nos ensinou a fazer para provar e demonstrar nosso amor pelo Senhor com nossas atitudes. *Pergunta:* Apenas dizer que ama é suficiente? Por quê?

Atitudes de quem ama:

I – Tenha os Seus mandamentos. Ter os mandamentos do Senhor significa buscar saber quais são eles e guardá-los no coração. É aceitar que estes mandamentos nos dão uma vida abundante e que são preciosos demais para serem desperdiçados. Se você deseja ter os mandamentos do Senhor, busque-os por meio da leitura da Bíblia. Nela, você encontrará tudo o que precisa para conhecer ao Senhor e a Sua vontade para você. Leia e estude este livro, que é, sem dúvida, o livro mais importante de todos. Neste livro, Jesus nos disse que era necessário que tivéssemos em nosso coração os mandamentos de Deus. Comece hoje sua busca! _Pergunta:_ Por que ler a Bíblia é importante?

II – Obedeça aos Seus mandamentos. Não basta apenas conhecermos aos mandamentos do Senhor, é preciso também obedecê-los. Jesus disse que quem tem os mandamentos do Senhor e os obedece, prova que ama a Deus. Não adianta dizermos que amamos a Deus, quando, na verdade, desobedecemos aos Seus mandamentos. Se existem pecados em sua vida, devido à falta de obediência à Palavra de Deus, se arrependa deles e passe a obedecer ao que a Bíblia diz e, além de provar seu amor por Deus, ainda terá sua vida transformada para melhor. _Pergunta:_ Qual a diferença entre saber e obedecer aos mandamentos do Senhor?

III – Ame e seja amado por Deus. Jesus ainda nos disse em que aqueles que O amam, serão também amados por Deus. Porém, muitas pessoas, apesar de saberem que são amadas por Deus, não se sentem dessa forma. Isto entristece o coração de Deus, pois o Seu amor por nós é verdadeiro. Não nos sentir amados por Deus nos levará a uma vida de fracasso, pois o amor que o Senhor tem por nós nos preenche e nos completa. Não duvide mais do amor que Deus tem por você. Acredite neste amor e sinta-se amado! 

Pergunta: Como podemos agir diante do grande amor de Deus por nós?

Conclusão: Se você acredita que Deus é digno do seu amor e se você deseja amar a Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todo o seu entendimento, cumprindo, assim, o maior e mais importante mandamento, então tenha os mandamentos de Deus em seu coração, obedeça-os e seja também amado por Deus. 

Desafio: Avalie como está o seu amor por Deus. Lembre-se de que o termômetro que mede seu amor por Deus são suas atitudes! Por isso, nesta semana, tenha uma atitude de amor a Deus, memorizando algum versículo da Sua Palavra e praticando-o. 

Adapt. pelo Rev. Eganildo Oliveira pastor da IP Jardim das Oliveiras e professor do IBI.

terça-feira, 30 de abril de 2024

Ana Paula Valadão é condenada a pagar R$ 25 mil por declaração sobre gays durante culto

 

Ana Paula Valadão. (Foto: Instagram/Ana Paula Valadão).

A ação foi movida pela Aliança Nacional LGBTI, após as falas da cantora no Congresso Diante do Trono em 2016 viralizarem.

A cantora e pastora Ana Paula Valadão foi condenada na sexta-feira (26) a pagar 25 mil reais por danos morais coletivos, após dizer que a homossexualidade é pecado e relacionar a prática à Aids.

Segundo a decisão do juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, “a manifestação e divulgação da opinião errada atribui à população LGBTI+ uma responsabilidade inexistente, atingindo a dignidade destas pessoas de modo transindividual, justamente o que caracteriza a lesão apontada pela autora”.

A condenação acontece depois da denúncia ser feita há uma década. Durante o Congresso Diante do Trono em 2016, na Igreja Lagoinha em Belo Horizonte, Ana Paula comentou que o relacionamento homoafetivo não era natural e que estava fora da vontade de Deus.

“Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher. E é assim que nós cremos. Qualquer outra opção sexual é uma escolha do livre arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências”, declarou ela.

“A Bíblia chama qualquer escolha contrária ao que Deus determinou como ideal, como Ele nos criou para ser, de pecado. E o pecado tem uma consequência, que é a morte. Inclusive, tudo o que é distorcido traz consequência naturalmente”, continuou.

E a líder acrescentou: “Nem é Deus trazendo uma praga ou um juízo não. Taí a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte, contamina as mulheres. Enfim, não é o ideal de Deus. Sabe qual é o sexo segura, que não transmite doença nenhuma? O sexo seguro se chama aliança do casamento”, esclarece. “Deus é perfeito em tudo o que faz”.

Acusada de “discurso de ódio”

O vídeo do evento no YouTube viralizou nas redes sociais e Valadão se tornou alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF).

Embora as declarações tenham sido feitas dentro de uma igreja e direcionadas ao público cristão presente no evento, o MPF alegou que as declarações foram classificadas como “discurso de ódio”.

Logo depois, a Aliança Nacional LGBTI+ também entrou com uma ação judicial contra Ana Paula, tendo como respaldo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2019 enquadrou a homofobia como crime de racismo. Entretanto, a decisão prevê a liberdade religiosa para manifestações em templos religiosos.

A defesa de Ana Paula argumentou que, durante as declarações, a líder estava exercendo o direito “legítimo da liberdade de expressão e religiosa”.

Porém, o juiz Hilmar Castelo Branco concluiu que as falas “não encontram respaldo em texto bíblico ou na ciência”, mas que seriam “uma conclusão errada que apenas repete a ultrapassada impressão popular da década de 1980, época da descoberta da doença [aids]”.

Desperta igreja! Para onde o Brasil está caminhando?

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE O DIA

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Pra que confissão de fé se temos a Bíblia?




Um questionamento muito comum que muitas pessoas que são membros de uma igreja confessional fazem é: por que precisamos de uma confissão de fé se temos a bíblia? O motivo desse questionamento é porque se entende que jurar fidelidade a um símbolo de fé implica diretamente em infidelidade a Bíblia ou tê-los como iguais em autoridade a Palavra de Deus. Geralmente os confessionais são acusados de colocarem o seu documento confessional no mesmo patamar que a Bíblia, é fato que realmente alguns poucos chegam a este ponto, mas de forma geral essa acusação é equivocada. Sou pastor da igreja Presbiteriana do Brasil que é uma igreja confessional em seus documentos oficiais, e em sua constituição no artigo 1 ela nos diz o seguinte:

“A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de igrejas locais, que adota como única regra de fé e prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamentos e como sistema expositivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve; rege-se pela presente Constituição; é pessoa jurídica, de acordo com as leis do Brasil, sempre representada civilmente pela sua Comissão Executiva e exerce o seu governo por meio de concílios e indivíduos, regularmente instalados.”

Além de ser uma igreja confessional, a IPB exige que seus ministros e oficiais também o sejam, o Art. 119 da referida constituição também nos diz:
“O candidato, concluídos seus estudos, apresentar-se-á ao Presbitério que o examinará quanto à sua experiência religiosa e motivos que o levaram a desejar o Sagrado Ministério, bem como nas matérias do curso teológico. Parágrafo único. Poderá o Presbitério dispensar o candidato do exame das matérias do curso teológico; não o dispensará nunca do relativo à experiência religiosa, opiniões teológicas e conhecimento dos Símbolos de Fé, exigindo a aceitação integral dos últimos.”

A IPB não somente entende e adota os padrões de fé de Westminster como a exposição fiel da doutrina bíblica como exige aceitação integral por parte da sua liderança. Mas por que nós afirmamos o Sola Scriptura ao mesmo tempo que juramos fidelidade aos símbolos de fé, não seria isto uma contradição? Ainda restam dúvidas tanto por parte dos ministros e oficiais como dos membros da IPB, do porque a mesma exigir dos seus líderes que aceitem os símbolos de fé de forma integral e que jure fidelidade aos mesmos assim como o fazem com a Bíblia. Se a Bíblia está acima dos padrões de fé, por que devemos aceita-los de forma integral e jurar fidelidade a eles? Meu intuito com este artigo não é de esgotar o assunto, mas de tentar esclarecer alguns pontos que podem nos ajudar a entender melhor esse tema, a saber:

1. A confissão de fé nos leva para Bíblia.
A Confissão de Fé de Westminster está subordinada as Escrituras, em nenhum momento aquela a sobrepõe, muito pelo contrário, a exalta. No capítulo 1 nas sessões IV, V, VI e X a Confissão de Fé de Westminster afirma: IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus. V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações. VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura. (WESTMINSTER 2007).

Os nossos símbolos de fé em nenhum momento arrogam para si a prerrogativa de igualdade com as Escrituras, mas faz exatamente o oposto, reconhece que a Palavra de Deus está acima de qualquer coisa e que esta é a palavra final sobre qualquer assunto.

2. Ela nos ajuda a mantermos a paz e a unidade na igreja.
Outra coisa que os confessionais são muito acusados é de serem divisionistas. Na verdade, um dos objetivos dos credos e confissões durante toda história da igreja era o de manter a unidade e a paz. Sempre houve quem discordasse de uma ou outra interpretação bíblica dada por algum credo ou confissão. A questão é que muitas vezes os opositores discordavam de pontos essenciais da fé cristã defendida pelos símbolos. Heresias como o Arianismo, o Sabelianismo, Unitarismo, livre-arbítrio pós queda e tantas outras foram defendidas por homens que tiveram suas ideias rechaçadas pela igreja através de sínodos e concílios, que serviram de base para a igreja posterior se defender contra as mesmas, mantendo assim a unidade doutrinária e a paz no meio da igreja. Em seu capítulo XX sessão IV a CFW afirma o seguinte: IV. Visto que os poderes que Deus ordenou, e a liberdade que Cristo comprou, não foram por Deus designados para destruir, mas para que mutuamente nos apoiemos e preservemos uns aos outros, resistem à ordenança de Deus os que, sob pretexto de liberdade cristã, se opõem a qualquer poder legítimo, civil ou religioso, ou ao exercício dele. Se publicarem opiniões ou mantiverem práticas contrárias à luz da natureza ou aos reconhecidos princípios do Cristianismo concernentes à fé, ao culto ou ao procedimento; se publicarem opiniões, ou mantiverem práticas contrárias ao poder da piedade ou que, por sua própria natureza ou pelo modo de publicá-las e mantê-las, são destrutivas da paz externa da Igreja e da ordem que Cristo estabeleceu nela, podem, de justiça ser processados e visitados com as censuras eclesiásticas. (WESTMINSTER 2007).

Ainda tratando sobre o assunto também nos afirma a confissão de fé no capítulo XXXI sessões II e III:


II. Aos sínodos e concílios compete decidir ministerialmente controvérsias quanto à fé e casos de consciência, determinar regras e disposições para a melhor direção do culto público de Deus e governo da sua Igreja, receber queixas em caso de má administração e autoritativamente decidi-las. Os seus decretos e decisões, sendo consoantes com a palavra de Deus, devem ser recebidas com reverência e submissão, não só pelo seu acordo com a palavra, mas também pela autoridade pela qual são feitos, visto que essa autoridade é uma ordenação de Deus, designada para isso em sua palavra.

III. Todos os sínodos e concílios, desde os tempos dos apóstolos, quer gerais quer particulares, podem errar, e muitos têm errado; eles, portanto, não devem constituir regra de fé e prática, mas podem ser usados como auxílio em uma e outra coisa. (WESTMINSTER 2007).

Podemos perceber claramente que os nossos padrões de fé entendem que estes não estão acima das santas Escrituras e que até mesmo reconhecem que os concílios podem errar, sim, a confissão de fé não é infalível e nem inerrante. Portanto, afirmar que quem jura fidelidade aos símbolos de fé está os colocando em igualdade com as Escrituras, na verdade não os conhecem e cometem um grande engano. Chamar os confessionais de divisionistas é não entender que, para que haja paz é necessário ordem, submissão e disciplina. Não defendemos paz a qualquer preço, mas sim, unidade na verdade. Como nos ensina nosso Senhor no Evangelho de João no capítulo 17.

3. A nossa confissão de fé nos guia contra erros do passado.


Outro dos objetivos dos credos e confissões era o de evitar que a igreja caísse nas mesmas heresias do passado. De tempos em tempos sempre aparece alguém trazendo de volta antigos erros doutrinários em roupagem nova, com um novo linguajar, mas a raiz é sempre a mesma de outrora. Daí a necessidade de nos voltarmos para o passado para buscar em documentos elaborados por homens que foram grandemente usados por Deus para a instrução da Sua igreja, o apóstolo Paulo nos ensina sobre isso na carta aos Efésios no capítulo quatro quando diz:

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.” (Efésios 4. 11-14).

O caso do eunuco também tem muito a nos ensinar, a Escritura nos diz: “Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi. Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem lhe poderá descrever a geração? Porquê da terra a sua vida é tirada. Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus.” (Atos 4.26-35).

As Escrituras nos ensinam que o próprio Deus é quem levanta homens para a instrução do seu povo, com o objetivo de não deixar que este não caia no erro e nas astúcias dos homens e que possam chegar a salvação. O etíope estava lendo as Escrituras, mas não conseguia compreender, foi necessário Deus enviar Felipe para que o mesmo pudesse entender a Bíblia e ser salvo. O que precisamos é abandonar a nossa soberba espiritual e entender que Deus usou homens no passado e ainda os usa hoje para que sua igreja seja protegida do erro. Sendo assim, subscrever um símbolo de fé é reconhecer que Deus capacitou através do Espírito Santo homens para instruir a Sua igreja contra os erros, mostra também a nossa humildade em reconhecer que houve homens mais capacitados do que nós que podem nos ajudar a entender melhor o conteúdo das Santas Escrituras.

Conclusão

Que possamos amar os nossos símbolos de fé sem medo de que estejamos sendo infiéis as Escrituras, que possamos nos sujeitar as autoridades pelas quais o Senhor Jesus exerce o seu governo na igreja conforme nos ensina o Catecismo Maior em sua pergunta 45:

Como exerce Cristo as funções de rei?
Cristo exerce as funções de rei chamando do mundo um povo para si, dando-lhe oficiais, leis e disciplinas para visivelmente o governar; dando a graça salvadora aos seus eleitos; recompensando a sua obediência e corrigindo-os por causa dos seus pecados; preservando-os por causa dos seus pecados; preservando-os e sustentando-os em todas as tentações e sofrimentos; restringindo e vencendo todos os seus inimigos, e poderosamente dirigindo todas as coisas para a sua própria glória e para o bem do seu povo; e também castigando os que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho. (WESTMINSTER 2007).

Que possamos entender que ser confessional não é ser antibíblico ou ter a Bíblia subordinada aos símbolos de fé, mas que antes, nos submetemos a eles por que os mesmos se submetem a Bíblia. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude nessa tarefa.

Soli Deo Glória!
***
Autor: Rev. Anderson Borges
Fonte: Teologia que Reforma

A contribuição da Reforma Protestante para a Educação Pública: esboço introdutório

  


Rev Hermisten Maia

Mesmo a Reforma Protestante do século XVI tendo como fundamento original a questão religiosa-espiritual, tornou-se um movimento de grande alcance cultural, institucional, social e político na história da Europa e, posteriormente em todo o Ocidente. A amplitude da influência da Reforma em diversos setores da vida estava implícita em sua própria constituição: Era impossível alguém abraçar a Reforma apenas no campo da religião e continuar em tudo o mais a ser um homem de uma ética medieval, com a sua perspectiva da realidade e prática intocáveis.  

1. Martinho Lutero

Lutero quem lançou as bases da moderna escola pública e do ensino obrigatório; e para isso a sua tradução das Escrituras foi fundamental no processo de alfabetização.

A Reforma não apenas ampliou o plano pedagógico renascentista como também, foi efetiva no desenvolvimento da escola primária pública.

Lutero insistiu com as autoridades públicas no sentido de se criarem escolas com vistas à educação secular e eclesiástica. Neste particular, pode-se dizer que Melanchthon (1497-1560) foi o Ministro da Educação de Lutero. A Reforma se valeu amplamente na imprensa como elemento de instrução dos fiéis.  “Sempre defendendo a divulgação da palavra impressa, a Alemanha liderou a alfabetização européia no século XVI”.[1] O fator religioso tornou-se fundamental como estímulo à alfabetização.

Na carta “Aos Conselhos de Todas as Cidades da Alemanha para que criem e mantenham escolas cristãs”, de 1524, Lutero, além de tratar do descaso para com as escolas, o esvaziamento das universidades, a necessidade do estudo do alemão e de outros idiomas, a utilização de melhores métodos na educação, a criação de boas bibliotecas e a formação de cidadãos responsáveis, sendo estes o verdadeiro patrimônio de uma cidade.[2]

A ênfase dada por Lutero à Educação, é decorrente da sua visão teológica; isto se torna ainda mais patente, no Prefácio do Catecismo Menor(1529).[3]

Em 1530, num sermão, Lutero declarou a responsabilidade do Estado em obrigar as crianças a irem à escola.[4]

As disciplinas estudadas consistiam em: Leitura, escrita, religião, música sacra e latim, com adaptações do sistema de Melanchthon (1528). Monroe, conclui: “Nenhum outro povo chegou, mesmo aproximadamente, ao aperfeiçoamento dos Estados alemães em assuntos de educação2.”.[5]

2. João Calvino

O reformador francês João Calvino (1509-1564) foi o principal arquiteto da tradição Reformada do Protestantismo.

Para Calvino, cosmovisão é um compromisso de fé e prática. Por isso, o seu trabalho em Genebra consistiu na aplicação de sua fé às condições concretas de sua existência. A fé é chamada a se materializar nos desafios que se configuram diante de nós em nossa história de vida.

Já na sua primeira permanência em Genebra (1536-1538) insistiu junto aos Conselhos para melhorar  as  próprias  condições do ensino, bem como os recursos das  escolas. Ele apresentou ao conselho municipal um projeto educacional (1536) gratuito que se destinava a todas as crianças – meninos e meninas –, tendo um grande apoio público.  Desta proposta surgiu o Collège de Rive. Temos aqui o surgimento da primeira escola primária, gratuita e obrigatória de toda a Europa.

A partir de 1541 Calvino pôde reestruturar o sistema educacional desta cidade. Visto que o Estado estava empobrecido, apelou para doações  e  legados. Calvino criou uma Academia em Genebra (1559).A Academia teve uma origem modesta. Calvino,  no entanto, esforçou-se por constituir um corpo docente competente.

A base da formação educacional em Genebra era a Bíblia. Competia à família (apesar de suas limitações iniciais) e ao Estado o cuidado com a educação. No entanto, a igreja tinha um papel especialíssimo. 

Com o estabelecimento da Academia, o historiador Charles Borgeaud (1861-1941), antigo professor da Universidade de Genebra, disse que “Esta foi a primeira fortaleza da liberdade nos tempos modernos”.[6]

Considerações finais

A ignorância era algo extremamente temido dentro do modelo educacional Reformado-puritano. Para tanto o estudo era amplo, oferecendo uma visão abrangente de todos os ramos do saber, evitando a dicotomia entre o saber religioso e não-religioso, o espiritual e o natural. Como exemplo disso, vemos que “os estudantes ministeriais em Harvard não apenas aprendiam a ler a Bíblia na sua língua original e a expor teologia, mas também estudavam matemática, astronomia, física, botânica, química, filosofia, poesia, história e medicina”.[7]

A ênfase puritana foi marcante em todos os níveis educacionais podendo ser avaliada tanto quantitativa como qualitativamente. Seguindo a tradição da obrigatoriedade do ensino público, conforme enfatizada por Lutero  e pelos calvinistas franceses (1560) e holandeses (1618), “em 1647, o Estado de Massachussets decreta a obrigatoriedade de uma escola primária, sempre que uma povoação agrupe mais de 50 lares”.[8]

Por trás deste ardor pedagógico e social herdado da Reforma estava um firme fundamento teológico. Esta perspectiva amparava-se num conceito de Deus, do homem e de qual o propósito do homem nesta vida.

  1. Deus é reconhecido como o Criador e Senhor de todas as coisas,  sendo o doador da vida e de tudo que temos, a Quem devemos conhecer experiencialmente, amar, obedecer e cultuar.  
  2. O homem como “imagem e semelhança” de Deus deve ser respeitado, amado e ajudado.

A educação, portanto, visava preparar o ser humano para melhor servir a Deus na sociedade a fim de que Deus fosse glorificado. A educação Reformada-Puritana não tinha um fim em si mesma, antes, era caracterizada por um propósito específico conforme definiu John Milton (1608-1674) em 1644.[9]  O saber é para viver autenticamente em comunhão com Deus, refletindo isso no cumprimento de nossos deveres religiosos, familiares, políticos e sociais, agindo no mundo de forma coerente com a nossa nova natureza, objetivando em tudo a Glória de Deus.   

A educação Reformada sempre foi ativista no sentido de que não somente o indivíduo fosse purificado, antes, que envolvesse todas as esferas da vida humana, se manifestando na sociedade em modo de formação e transformação.

 Rev Hermisten Maia


[1]Steven R. Fischer, História da leitura, São Paulo: Editora UNESP., 2006, p. 206.

[2] M. Lutero, Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha para que criem e mantenham escolas cristãs: In: Martinho Lutero: Obras selecionadas, São Leopoldo, RS.; Porto Alegre:  Sinodal; Concórdia, 1995, v. 5.

[3]Martinho Lutero, Catecismo Menor, Prefácio, § 19-20: In: Lutero, os catecismos, Porto Alegre; São Leopoldo, RS.: Concórdia; Sinodal, 1983, p. 365.

[4] Martinho Lutero, Uma prédica para que se mandem os filhos à escola (1530): In: Martinho Lutero: Obras selecionadas, São Leopoldo, RS.; Porto Alegre:  Sinodal; Concórdia, 1995,  v. 5, p. 362.

[5] Paul Monroe, História da educação,11. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976, p. 190

[6] Charles Borgeaud, Historie de l’Université de Genève: L’Académie de Calvin  1559-1798,  Genève: Georg & Co: Libraires de L’Université, 1900, p. 83.  

[7]Leland Ryken, Santos no mundo,São José dos Campos, SP.: FIEL,  1992, p. 175.

[8]Jean Vial, Introdução. In: Gaston Mialaret; Jean Vial, dirs., História mundial da educação,  Porto: RÉS-Editora, (s.d.), v. 2, p. 9.

[9] John Milton, Milton’s Tractate on Education: A facsimile reprint from the edition of 1673, Cambridge: The University Press, 1897, p. 3-4.8. 

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